domingo, setembro 10, 2006

Jamais haverá igualdade


É impressionante o poder que anos de doutrinação esquerdista na mídia, nas escolas e universidades exercem sobre a mente das pessoas. Aceitamos conceitos prontos e os colocamos como valores ideais, bons e puros, que devemos perseguir. Não conseguimos questionar esses valores, verificar se realmente são válidos, a não ser quando algo muito forte abala nossas convicções herdadas. E às vezes, o domínio é tão forte, que nenhum abalo nos faz perceber que abraçamos causas erradas.

Quero focar na bendita, santificada "igualdade social". O senso comum nos diz que é algo positivo, bom e desejável para qualquer sociedade. Devemos nos esforçar para termos igualdade social, não é isso?

Se com "igualdade social" querem dizer que todos deveriam ter os mesmos recursos financeiros, então essa igualdade que pregam nada mais é do que Socialismo! Aquele regime onde todos são igualmente pobres, exceto os altos funcionários do governo.
Ou será que essa igualdade apregoada é a nossa velha conhecida "igualdade perante a lei"? Mas então é totalmente desnecessário o termo "social"!

Igualdade social é um termo sem definição; quem grita por ela não sabe dizer qual é a diferença dela das outras "igualdades". Rigorosamente, ela não existe, ou outros termos já explicam tudo que ela deveria significar.
Imaginemos que por um passe de mágica, amanhã todas as pessoas tenham os mesmos recursos financeiros e mesmo nível de estudo, conforme a idade. Sabe o que acontecerá um mês depois? Estará tudo desigual novamente! As pessoas trabalharão mais ou menos, se dedicarão aos estudos mais ou menos, mudarão de trabalho, de lazer, de religião, conforme sua personalidade.

O que nós de fato podemos buscar, é a igualdade de oportunidades. Devemos sim buscar oportunidade de estudo igual para todas as crianças; oportunidade de saúde, lazer e, posteriormente, de entrar no mercado de trabalho.

O que essas crianças, jovens e adultos farão com suas oportunidades iguais, é outra história.
Pretendo demonstrar que é irracional buscar qualquer coisa diferente de oportunidades iguais e tratamento igual perante a lei. A Justiça não consiste em "tratar os desiguais desigualmente"?
Alguns podem optar por uma carreira no serviço público. Outros pela informática, e outros ainda pela dança ou música. E cada um vai se dedicar de maneira diferente. É natural que tenham remunerações diferentes, que alguns sejam artistas famosos e outros sejam desconhecidos. Que alguns sejam empresários de sucesso e outros sejam técnicos que atendem o telefone.

Quem se esforça e estuda mais, trabalha mais ou se dedica mais, deve ser melhor remunerado! Não só é óbvio, como é o justo.
Agora a conclusão chata: se é justo remunerar melhor os mais capazes, qualquer sistema que premie igualmente as pessoas é inerentemente injusto. Ou seja, a igualdade pode ser injusta. Já pensou nisso?
E por que é injusto? Porque quem pode produzir mais, não o fará pois não ganhará nada com isso. Quem tem uma nova idéia não vai se esforçar pra convencer ninguém a implementá-la, porque também não vai ganhar nada com isso. Se ninguém puder ganhar mais, todo o incentivo a ser mais do que razoável, em qualquer área, desaparece.
Desdobrando a conclusão: só pode haver Justiça em sociedades que permitam oportunidades iguais, porém com recompensas diferentes para os mais realizadores. Sim, é isso que você está pensando: isso gera ricos e pobres.

Num sistema onde existem oportunidades iguais de fato, quem se esforça mais fica rico, quem não se esforça permanece pobre. Nunca existiu sociedade assim. Porém o capitalismo é o sistema mais próximo desse ideal. Nele é possível o surgimento de meninos vendedores de canetas que se tornam donos de rede de TV. Já ouviu falar de algo assim no socialismo ou em qualquer outro sistema?

A existência de ricos e pobres não é um sinal da perversidade do capitalismo como somos ensinados desde sempre. É um sinal de que existem falhas, falta de oportunidades iguais e de tratamento igual, gerando todo tipo de injustiças; mas também é um sinal de que há pessoas muitíssimo mais capazes do que outras, gozando os frutos do seu próprio trabalho.

Igualdade absoluta é indesejável, porque é injusta. E mais do que isso, é impossível.