quinta-feira, agosto 10, 2006

Reflexões sobre o welfare state


Participei de uma discussão meio acalorada no blog do Rodrigo Constantino a respeito do mito do welfare state sueco.
Para os não-iniciados, seria o "Estado de bem-estar social" que existe na Suécia, onde o Estado tem uma presença maciça na economia e vida social, cuidando de tudo e todos, dando educação e saúde de qualidade para todos, seguro-desemprego farto e longevo aos desempregados, estabilidade inacreditável aos recém papais e mamães, proteção aos trabalhadores por meio de regras rígidas para os contratos de trabalho, entre outras coisas.
O custo de um país maravilhoso assim é módico: o Estado taxa 60% da renda do cidadão.

E os esquerdistas de todo o mundo dizem: "Estão vendo? Nosso modelo funciona!! Veja como eles são desenvolvidos"!
Vou me eximir de repetir o trabalho de desconstrução feito pelo ótimo artigo do Rodrigo. Vou me apegar apenas a alguns aspectos lógicos.

Dado 1: existem muito, muito mais países desenvolvidos capitalistas do que desenvolvidos socialistas. Acho que esse é um dado importante para decidirmos qual caminho seguir. Mas nossos amigos esquerdistas não querem pensar nesse fato, preferem empurrar pra baixo do tapete.

Dado 2: os suecos se dizem socialistas, mas são, na verdade, social-democratas. Como assim?
"O social-democrata é o socialista que não tem coragem de suprimir o direito de propriedade". Acho que foi Von Mises que disse isso. Sendo assim, os socialistas puros (essas duas palavras juntas me causa espécie) não podem se vangloriar 100% dos "sucessos" desses regimes. Eles também teriam de admitir que o respeito à propriedade privada é necessário e benéfico.
Mas eles não estão interessados em ser coerentes, correto?

Dado 3: não sei quanto a vocês, mas eu me lembro muito bem que a França e outros países que estão meio no caminho do welfare state, meio no caminho liberal, estão tendo sérios problemas com a Previdência e com o desemprego.
As regras rigidíssimas de contratação, a chamada "proteção ao trabalhador", fazem os empregadores terem medo de contratar: é a velha história de pagar 100 pro trabalhador e mais 90 pro Governo em impostos; não poder contratar estudantes ou recém-formados para trabalhos temporários por medo de criar vínculo empregatício e ter de ficar com um trabalhador inexperiente...

É a mentalidade anticapitalista!! A mentalidade na qual as empresas são todas umas exploradoras porque visam o lucro. Então vamos "proteger" o trabalhador, penalizando as empresas! Mas as pessoas se esquecem que são as empresas que produzem, vendem serviços, bens e pagam salários. É do imposto delas que também sai uma boa parte do sustento do Estado!

Será que é tão difícil ver que só podemos esperar frutos murchos de uma árvore que volta e meia recebe uma machadada?

2 Comments:

At 13:08, Blogger Blogildo disse...

O curioso, é que dia desses um debatedor 'esfregou' na minha cara uma tabela com o TOP 10 do IDH internacional. Segundo ele, isso era prova que o welfare state funcionava.

Fiz piada com aquilo. É óbvio que a lista nada prova.
Lembrei ao sujeito que todos os países eram do norte. Isso prova que se for do norte o IDH sobe? Claro que não.

Depois lembrei que todos os países da lista eram democracias. Isso prova que democracias têm IDH alto.

Depois de usar inúmeros exemplos, o cara não se convenceu. Pra ele o 'welfare state' é o bezerro de ouro.
Fazer o quê?

 
At 02:28, Anonymous Anônimo disse...

Fazer o quê?

Simples. Mude de opinião, seu imbecil.

Negar que o welfare state com democracia é a melhor forma de promover o bem estar de um povo é coisa de doente mental.

Nesse ponto, liberalóides e socialistóides são igualmente imbecis e cretinos.

 

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